segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Poluição provoca evolução de bactérias resistentes a remédios


A poluição continua provocando impacto na saúde e na biodiversidade. Relatório da ONU Meio Ambiente, apresentado na assembléia ambiental em Nairóbi, afirma que o nível de resistência das bactérias aos antibióticos está aumentando com a poluição, em decorrência de um grande volume de remédios e produtos químicos lançados na natureza. Cerca de 700 mil pessoas morrem no mundo anualmente por infecções de bactérias muito fortes, que resistem às medicações já existentes.

"Estudos já haviam associado o uso inadequado de antibióticos em humanos e na agricultura, ao longo de várias décadas, à crescente resistência, mas o papel do meio ambiente e da poluição recebeu pouca atenção", alertou o diretor-executivo da agência das Nações Unidas, Erik Solheim.

De acordo com o Relatório, substâncias antimicrobianas lançadas em canais de esgoto de hospitais, casas e indústrias farmacêuticas, bem como o contato direto entre bactérias ao ar livre e bactérias resistentes descartadas nos ecossistemas, estão impulsionando a evolução dos microrganismos e provocando o surgimento de linhagens mais resistentes.

O Relatório afirma que, 80% dos antibióticos consumidos são excretados sem ser metabolizados, junto com bactérias resistentes. Os estudos ainda  revelam que 75% dos antibióticos utilizados em aquicultura se disseminam no ambiente ao redor das criações de seres aquáticos, e que até 2030 o uso de antibióticos deverá aumentar em 67%. 

Nos últimos 15 anos a geração de resíduos no Brasil foi maior do que o crescimento populacional, contabilizando cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos descartados de forma inadequada. A preservação do meio ambiente ainda não está integralizada à cultura do brasileiro, dificultando ações e projetos de enfrentamento das questões que envolvem o descarte inadequado de resíduos sólidos e a Coleta Seletiva. Saber que o Brasil ainda tem dificuldades para implantar plenamente a Política Nacional de Resíduos Sólidos nos faz considerar a gravidade desse relatório da ONU Meio Ambiente. No Brasil são mais de 3300 cidades que ainda têm aterros não controlados, os "lixões",  impactando a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros. Mais de 60% dos municípios ainda mantém aterros irregulares.

A conscientização da sociedade, através da Educação Ambiental, ainda é a melhor forma para a disseminação de ações convergentes que se coadunem com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil, além da fiscalização e cobrança dos órgãos de controle do Meio Ambiente aos municípios que ainda não se adequaram à Lei.


“O alerta aqui é verdadeiramente assustador. Poderíamos estar incitando o desenvolvimento de superbactérias ferozes por causa de ignorância e descuido” 

Erik Solheim
(Diretor-executivo da agência das Nações Unidas)



QUEIMADAS NÃO PARAM

Pensar que as queimadas acabaram é mera suposição porque, ainda que minimizadas, as queimadas não cessaram em diversos estados do Brasil.  N...