O mar está virando uma verdadeira "lata de lixo". Os números são surpreendentes, cerca de 8 milhões de toneladas de detritos plásticos estão sendo lançados ao mar anualmente. Parte desse lixo é flutuante e deixa visível o quanto a população ainda não compreende os malefícios da degradação ambiental, pois o grau de acumulação de plásticos em diferentes ecossistemas fazem da humanidade vítima de suas próprias ações. Não se pode mensurar os danos causados às aves marinhas, peixes e animais marinhos que sofrem com o descarte inadequado de detritos. Calcula-se que até 2050, 99% das aves marinhas terão consumido plástico.
Parte dos detritos lançados ao mar vêm de plataformas petrolíferas e navios, mas o maior percentual vem mesmo de moradores e frequentadores de praias. Prova disso é a diversidade de objetos encontrados à deriva, que vai desde embalagem plástica de doces até redes, garrafas PET, brinquedos plásticos, pratos e copos descartáveis, e bichinhos de pelúcia.
O maior depósito de lixo do mundo encontra-se no Oceano Pacífico, numa região do mar que começa a cerca de 950 quilômetros da costa californiana e chega ao litoral havaiano. Seu tamanho já se aproxima de 680 mil quilômetros quadrados , o equivalente aos territórios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos. O problema é mundial e diversas organizações tentam ajudar a combater esse mal.
No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, promovem no Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 8 de novembro o I Seminário Nacional sobre Combate ao Lixo no Mar. O seminário tem como objetivo identificar as fontes e desenvolver políticas públicas para mitigação do problema. Na ocasião serão apresentados dados sobre o impacto socioeconômico e ambiental do lixo encontrado no mar e possíveis soluções para a sua redução. Para quem deseja participar do seminário e não pode vir ao Rio de Janeiro, pode ficar tranquilo, o encontro será transmitido pela internet nos dias 7 e 8 de novembro nas redes sociais da ONU Meio Ambiente (Facebook e YouTube)