quinta-feira, 1 de março de 2018

A banana na mira da FAO



A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), elaborou um guia prático para medir e reduzir a pegada de carbono e água na produção bananeira. A Pegada de Carbono mede a quantidade total das emissões de gases de efeito estufa lançados na atmosfera durante o ciclo de vida de um produto, processo ou serviço, como por exemplo,  desmatamento,  queima de combustíveis fósseis,  criação de pastagem para gado, cultivo de arroz, cultivo de bananas, queimadas, produção de cimento  e outros. Esses gases de efeito estufa detêm o calor na atmosfera do planeta e contribui com o aquecimento global, que tem efeitos prejudiciais ao meio ambiente, vida humana e animal.

A banana foi escolhida pela FAO por ser uma fruta popular que conquistou o mundo inteiro, por ser importante para a segurança alimentar dos países tropicais e subtropicais e porque a sua pegada de água e carbono traz uma grande contribuição ao efeito estufa no planeta. Rica em potássio, manganês, vitamina C, cobre e vitamina B6, suas propriedades nutricionais a tornam um alimento completo que pode ser cultivado em todas as estações do ano. São quase 100 milhões de toneladas consumidas todos os anos.

A pegada de água e carbono da indústria bananeira é significativa, e seu impacto nos ecossistemas onde outras plantas crescem deve ser muito bem gerenciado para manter a sustentabilidade do setor.  Isso é importante para a América Latina e o Caribe, pois essa região responde por 76% da exportação de bananas e é fonte de renda para milhares de famílias rurais. A fruta já rendeu ao Brasil R$ 14 bilhões em 2016, sendo a quarta safra do mundo com uma produção anual de sete milhões de toneladas. Esse ranking favorece cada vez mais municípios do semiárido nordestino beneficiados por projetos de irrigação.

O Fórum Mundial Bananeiro (FMB) da FAO, espaço onde os principais grupos interessados na cadeia global de fornecimento de banana trabalha para, em conjunto, chegar a um consenso na indústria sobre as melhores práticas para a produção e o comércio sustentáveis, elaborou um guia para medir a pegada de carbono e água na produção bananeira.

O guia inclui as experiências da Costa Rica, país líder na redução de emissão de gases de efeito estufa na indústria bananeira, motivo pelo qual foi selecionado para desenvolver a experiência-piloto. A Costa Rica é um dos principais produtores de banana do mundo, produzindo em média 51,6 toneladas métricas por hectare. Devido a seu compromisso em alcançar a meta de neutralidade de carbono até 2021, foi eleita pela FAO para desenvolver um projeto-piloto, considerando que o país é pioneiro em ter as primeiras plantações de banana certificadas com carbono neutro.

Reduzir a pegada de carbono e água da produção bananeira ajudará no cumprimento do Acordo de Paris para o clima e no avanço para as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).  Cabe agora aos produtores de banana, incluindo o Brasil, participar dessa honrada missão, que é  reduzir as emissões de gases de efeito  estufa .

Acesse abaixo, o Guia Metodológico para a Pegada de Carbono e a Pegada de Água na Produção Bananeira (em espanhol), e conheça a ferramenta que permitirá aos produtores de bananas  padronizar a gestão de seus estoques, criar sistemas de informação rastreáveis e implementar boas práticas para diminuir as emissões de carbono e o consumo de água.

http://www.fao.org/3/a-i8333s.pdf

QUEIMADAS NÃO PARAM

Pensar que as queimadas acabaram é mera suposição porque, ainda que minimizadas, as queimadas não cessaram em diversos estados do Brasil.  N...