Obsolescência Programada é uma estratégia de negócio planejada desde a concepção de um produto, onde o principal objetivo é assegurar que os consumidores sintam a necessidade de comprar novas versões ou inovações que substituam os antigos produtos. É a condição que ocorre a um produto que deixa de ser útil em um curto período de tempo, mesmo estando em perfeito estado de funcionamento, e que passa a ser uma ferramenta tecnologicamente ultrapassada. Esse fenômeno industrial e mercadológico surgiu na década de 30 nos países capitalistas, impondo ao planeta uma imensurável situação de risco ambiental.
A constante inovação de tecnologias e insumos decorre da grande competitividade que o mercado sofre para manter-se economicamente em equilíbrio. Os frutos dessa grande corrida desembocam na sociedade consumista. Cada vez mais ávida por estar "antenada" com a modernidade, as pessoas compram novos aparelhos celulares, roupas, carros, bolsas, sapatos, brinquedos, e tudo o que a indústria do marketing e da moda pode proporcionar aos olhos do cliente. Mas, para onde vão todos esses produtos obsoletos, que os consumidores desprezam antes mesmo de terminar o seu tempo real de vida útil? Na visão do meio ambiente vislumbra-se a grande quantidade de resíduos gerados por esse intenso consumo, que é um dos grandes causadores da degradação ambiental - processo que reduz o potencial dos recursos renováveis , devido a variações biofísicas que podem causar desequilíbrio e modificar a flora e fauna do local. A disposição desses resíduos a céu aberto, sem as necessárias medidas de proteção e segurança, facilita a poluição do solo, da água e do ar, impactando negativamente os diversos recursos naturais do ambiente.
Dados colhidos pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), afirmam que, em algumas prefeituras do Brasil, o índice de reaproveitamento de resíduos ainda é muito pequeno. No Rio de Janeiro apenas 1,9% de todo o lixo produzido na cidade é destinado à Reciclagem; em São Paulo a proporção é de 2,5%; e no Distrito Federal, segundo o IBGE, cerca de 5,9% do lixo total passam pela coleta seletiva.
A quantidade de resíduos gerados com a obsolescência programada quase sempre tem destino inadequado, e o sistema de coleta seletiva com a destinação ecologicamente correta ainda não corresponde a esse excesso de resíduos produzidos. Estima-se que apenas 18% dos municípios brasileiros possuem coleta seletiva de resíduos.
A Educação Ambiental ainda é a melhor forma de participação da sociedade na contenção de resíduos e desestímulo ao sistema de consumo planejado pela indústria; é a maneira de evitar que o planeta seja uma verdadeira bomba, prestes a explodir; é imaginar que, com um pouco mais de conhecimento, podemos desfrutar de todos os recursos que a Terra nos oferece, além de manter o equilíbrio necessário para o sistema ambiental continuar dando seus frutos.
Fazer dos resíduos fonte de renda através da Reciclagem, economizar com o Reuso, e Reduzir o consumo, pode proporcionar às futuras gerações a mesma biodiversidade da qual nos utilizamos agora.